Sociedade dos Poetas Anônimos

Um bando de desocupado filosofando sobre poesias, filosofias, idéias e afins.

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sábado, maio 10, 2003

 
Jogo de olhares

Breve instante que nossos olhos se cruzaram
Em que vi tua alma nua por um breve instante
E tu se divertia a ver agonia em meus olhos
E tu me possuia sem eu te possuir
E beijavas-me desesperadamente com os olhos

Teu olhar era mais cruel que o frio dentro de mim
Congelava-me apenas com o seu olhar
Devoravas-me por dentro, comendo todo meu anseio
Meu desejo, minha felicidade, meu amor
Mas teu olhar muito me apraz, sou teu escravo

Brincas de me olhar, brincas de usar teu olhar contra o meu
Medes força com teu jeito criança, mimado
E caio eu em teu jogo, conquistas meu olhado
Prendes-me nos teus olhos, olhos do passado
Olhos que um dia foram tão seus quanto meus.

Teu castanho prende aos castanhos meus
Olhar de momento é agora eternidade
De todos os momentos vividos de paixão antiga
Por mim tantas vezes cantados em poesia
Que hoje com teus olhos me castiga

Olhos: janelas da alma, por onde me entrego
De corpo e alma a quem não me quer
Os olhos de outrora que eram os mais lindos
Não são mais os olhos da mesma mulher
E por ti felicidade infeliz vou seguindo.

João Francisco A. Enomoto