Eu hoje joguei tanta coisa fora
Eu vi o meu passado passar por mim
Cartas e fotografias,
Gente que foi embora,
A casa fica bem melhor assim.
O céu de Ícaro tem mais poesia que o de Galileu
E lendo os teus bilhetes, eu penso no que fiz
Querendo ver o mais distante
Sem saber voar
Desprezando as asas que você me deu.
Tendo a Lua aquela gravidade onde o homem flutua
Merecia a visita não de militares,
Mas de bailarinos...
E de você e eu.
PS: Felipe foi incluso como "anti-poeta", logo não estranhem qualquer tipo de texto colocado sob autoria do mesmo. João Francisco A. Enomoto11:05 PM
terça-feira, abril 22, 2003
Paixão Efêmera
Me apaixonei por um olhar
Pelo breve instante que nossos
olhares se cruzaram
Uma paixão sem abraços,
beijos ou amassos
Limitado a um simples olhar
Limitado a te olhar
E talvez desejar teu
corpo junto ao meu
Paixão efêmera:
Rápida, de relance,
Tão rápida que não tem rimas. João Francisco A. Enomoto9:29 PM
segunda-feira, abril 21, 2003
Amor
Quem define amor? Quem já sentiu amor? Quem já se sentiu amado? Como quatro reles letras podem significar tanto para uma pessoa? Quatro letras ou um sentimento? Um sentimento ou um alguém?
É triste e engraçado ver alguém doente de amor: parece flutuar, parece nada querer com a vida a não ser o bem querer do seu amor. É algo tão complexo que ainda não conseguiram sintetizar amor em forma de droga, remédio ou similar, mas amor existe em todo lugar. É algo tão simples que um pai ou uma mãe podem dar ao filho ou filha logo depois que nasce. Porém o amor tem um poder sobrehumano. Pode deixar pessoas doentes, faze-las derramar uma lágrima, enlouquecer e tudo quanto for possível. Este mal de amar...
Há quem viva do amor ou por ele viva, mas uma coisa é comum: ninguém define amor. Não há Aurélio nem Drummond que consigam definir o que é o amor. É uma árdua tarefa definir o amor em poucas palavras. Difícil é colocar o amor em 14 versos, num livro ou numa carta. Amor é indefinível. Mas as causas e consequências do amor nós podemos ver muito bem e até descreve-las.
Eis que cabe a mim o desafio de colocar em um soneto o que significa o amor. É desafio pessoal, objetivo de vida enquanto poeta. Sei quando hei de escrever, mas não sei quando. Não hei de gastar o nome do amor em reles soneto, há de ser um especial e eu sei quando há de ser. Talvez por isso nem Vinícius nem Drummond tenham a escrito, pois perdura a difícil tarefa de saber colocar palavras singelas que traduzam ao mundo o que é amor. E só se escreve o amor se você ama.